Análise realizada por mais de 10 especialistas apontou que a criança possuía uma doença congênita rara, desconhecida até então pela família
O Centro de Vigilância Epidemiológica do Governo do Estado de São Paulo divulgou nota nesta quinta-feira (20) informando que foi descartada qualquer relação entre a vacinação contra covid-19 e a parada cardiorrespiratória de criança de 10 anos em Lençóis Paulista. Segundo a nota, a análise realizada por mais de 10 especialistas apontou que a criança possuía uma doença congênita rara, desconhecida até então pela família, que desencadeou o quadro clínico.
“O Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde informa que concluiu nesta quinta-feira (20) a investigação que descartou o evento adverso pós-vacinação na criança de 10 anos do município de Lençóis Paulista. Não existe relação causal entre a vacinação e quadro clínico apresentado”, informa a nota.
No documento, a Secretaria de Estado da Saúde reforça a importância da vacinação e reafirma que todas os imunizantes aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) são seguros e eficazes.
Entenda o caso
No dia 19 de janeiro de 2022 foi notificado ao Sistema de Vigilância Epidemiológica de Eventos Adversos Pós-vacinação um caso de criança de 10 anos que teve parada cardiorrespiratória cerca de 12 horas após a vacinação contra covid-19. Segundo a Vigilância Epidemiológica, de Lençóis Paulista, a imunização foi feita corretamente.
A criança foi atendida, o quadro foi revertido e ela encontra-se hospitalizada e estável. Para se estabelecer a relação causal entre a vacinação e o agravo, foi realizada investigação pelo Estado. As informações sobre o caso foram avaliadas por especialistas do Grupo de Trabalho em Eventos Adversos Pós-vacinação da Comissão Permanente de Assessoramento em Imunizações (GT-EAPV-CPAI).
Concluiu-se que a paciente tem uma pré-excitação no eletrocardiograma, característica da síndrome de Wolff-Parkinson-White (WPW). Essa é uma condição congênita que leva o coração a ter crises de taquicardia. Algumas dessas crises podem ter frequência muito alta, levando até a síncope ou mesmo morte súbita. A WPW é mais comum causa de morte subida por arritmia ventricular.
A síndrome de Wolff-Parkinson-White, até então não diagnosticada e desconhecida pela família, levou a criança a ter uma crise de taquicardia, que resultou em instabilidade hemodinâmica. Não existe relação causal entre a vacinação e o quadro clínico apresentado, portanto, o evento adverso pós-vacinação está descartado, afirma a Vigilância Epidemiológica de Eventos Adversos Pós-vacinação.
Fonte: Governo do Estado de São Paulo