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Tratamento humanizado, dignidade, respeito, cuidados. Essas foram solicitações recorrentes das pessoas atendidas pelo Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) de Vinhedo, em uma dinâmica realizada para promover a Semana da Luta Antimanicomial. Elas utilizaram folhas de papel para escrever como deve ser o atendimento que recebem. As palavras mudam, mas o sentido é o mesmo, elas querem ter garantido seu direito à cidadania.
 
“Somos iguais”, afirma uma das pessoas em seu texto, no qual repete cinco vezes a palavra amor. O dia 18 de maio é o Dia Nacional da Luta Antimanicomial. Nesta semana, o tema vem sendo tratado com os atendidos no CAPS através de dinâmicas e oficinas.
 
Os profissionais do Centro de Atenção vão transformar os depoimentos escritos em um slide, que será distribuído nos canais municipais de comunicação. A finalidade é despertar na sociedade a conscientização da importância do tratamento humanizado desses moradores.
 
O CAPS atende 215 pessoas para promover a reabilitação psicossocial através de ações diversificadas que envolvem diferentes profissionais. O atendimento é individual e coletivo, de acordo com as necessidades de cada um. Segundo o coordenador do CAPS Vinhedo, o farmacêutico Marcelo Antunes de Oliveira, o objetivo do Centro de Atenção é tratar o morador na comunidade, substituindo os antigos e muitas vezes desumanos manicômios.
 
Alguns atendidos escreveram sobre suas experiências com internações nos depoimentos deixados nos papéis na dinâmica do CAPS. Um deles diz que foi internado duas vezes. “Tinha gente de todos os tipos. Mas depois que eu vim para o CAPS nunca mais tive crise nenhuma. Meu tratamento foi muito bom. Agora estou bem melhor e agradeço ao CAPS por isso”, conta.
 
Outro atendido pelo CAPS relata experiências ruins. “Vestuário trocado para outro pacientes, sendo que a peça era minha; ser trancado pelos seguranças e monitorado por câmera em cada quarto; desumanidade; falta de atenção.”
 
Oliveira explicou que o CAPS Vinhedo também articula o atendimento multidisciplinar junto com a Secretaria de Saúde, Secretaria de Assistência Social e organizações sociais civis, que contribuem com esse cuidado compartilhado. Ele explicou que a unidade tem psiquiatras, psicólogos, enfermeiros, farmacêutico, técnica em enfermagem, assistente social, terapeuta ocupacional, recepcionista e motorista. O CAPS Vinhedo tem o projeto de ampliar sua sede para melhorar o atendimento aos moradores.