Guia Afroturismo SP amplia o mapeamento de destinos ligados à cultura afro-brasileira
Vinhedo passou a integrar oficialmente a segunda edição do guia Afroturismo SP, lançado pela Secretaria de Turismo e Viagens do Estado de São Paulo. A publicação reúne 27 municípios que possuem ações, roteiros e patrimônios voltados à valorização da cultura afro-brasileira. No ano passado, eram apenas 10 cidades mapeadas.
Além de Vinhedo, Campinas também está entre os destaques desta edição. O guia apresenta, no município vizinho, a Casa de Cultura Fazenda Roseira, sede da Comunidade Jongo Dito Ribeiro, reconhecida por suas oficinas, vivências tradicionais e roteiros temáticos.
Em Vinhedo, o material estadual traz o projeto Rotas Afro Vinhedo, desenvolvido no Bairro da Capela, território marcado pela forte influência da cultura africana. O guia também destaca o Mapa da Cultura Negra de Vinhedo, iniciativa construída em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo e coletivos culturais da cidade, que identifica e valoriza referências afro-brasileiras presentes no município.
O Afroturismo SP foi lançado no dia 18 de novembro, no auditório da SPTuris, em São Paulo, reunindo representantes de cidades e projetos culturais de diferentes regiões do estado.
Valorização das narrativas negras
O reconhecimento estadual acontece em um momento importante para Vinhedo, que tem um roteiro turístico totalmente dedicado às narrativas e aos patrimônios da população negra. Realizado pelo projeto Rotas Afro, idealizado pela guia de turismo e produtora cultural Julia Madeira, o passeio inaugural aberto à população ocorreu em novembro do ano passado e repetido neste ano durante as atividades da Semana da Conscientização Negra em Vinhedo.
Com atuação em cidades como Piracicaba, Campinas e Rio Claro, o Rotas Afro chegou a Vinhedo com o objetivo de evidenciar as histórias negras presentes na formação local, desde os tempos de Rocinha até a atualidade. O roteiro conduzido por Julia Madeira e pelo historiador Guilherme Oliveira percorre pontos simbólicos da Capela, como a Rua do Café e a Rua Zumbi dos Palmares, retornando à praça que homenageia a matriarca do Samba de Bumbo.
Segundo Julia Madeira, destacar esses territórios é uma forma de reconhecer saberes e fazeres que marcaram a vida da população vinhedense, valorizando lugares frequentemente invisibilizados nos circuitos oficiais de cultura.