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Dentro das comemorações dos 70 anos de Vinhedo em 2019, um dos pontos mais esperados é o lançamento do Livro que irá contar detalhes importantes e inéditos da história da cidade de Vinhedo. Sob o título provisório de “Rocinha-Vinhedo, A Transformação da Terra da Uva”, o livro é uma obra do escritor vinhedense José Antonio Zechin e será lançado no dia 2 de abril do ano que vem, data que a cidade completa 70 anos.

“Temos uma Comissão que trabalha no planejamento e preparação deste marco para a história de Vinhedo. 70 anos compreende histórias não simplesmente de agentes públicos, mas de pessoas, famílias, trabalhadores, enfim, cidadãos vinhedenses que participaram ativamente da construção desta história de conquistas e sucesso da nossa cidade. Mais do que um escritor, Zechin vive e respira estas histórias e, alinhado à vivência que tem na cidade, com certeza deixará, com este livro, um legado importante para quem deseja conhecer detalhes destes 70 anos”, complementou o prefeito Jaime Cruz que, na terça-feira, recebeu no Gabinete o escritor Zechin.

Abaixo, segue uma entrevista de Zechin sobre o projeto:

Entrevista José Antonio Zechin

1) Como surgiu a ideia do livro?

Preciso fazer uma pequena digressão. Em 2002 publiquei o livro “Tempos de Sempre”, já com algumas informações históricas de Vinhedo. Mas não de forma abrangente e detalhada. Foi mais um “voo de um poeta” pela cidade. Como teve boa receptividade, iniciei um trabalho para um segundo livro, pensando em falar não só do passado, mas também do futuro que viria. Em 2004 eu estava com a obra pronta, mas não consegui patrocínio para publicação e o trabalho ficou guardado numa gaveta. Em 2018, com a realização da FLIVI (Festa Literária de Vinhedo), este assunto de criar um livro para celebrar os 70 anos da cidade começou a surgir junto à (então) secretária de Cultura Claudineia Vendemiatti Serafim e o diretor Fabio Cuono. Fui convidado a fazer este trabalho e aceitei o desafio, que não é simples, pois falar da História exige muita pesquisa, muitos contatos, não se pode errar em nomes ou datas, ou até mesmo esquecer algum fato importante. Com base nas informações que tinha desde 2004, fui ampliando as informações. É trabalho de três anos, pelo menos, a cada dia fazendo um pedacinho.

2) Ele já tem um nome provisório ou definitivo?

Lá em 2004 tinha dado o nome de “Rocinha-Vinhedo, da Uva à Universalidade”, pois queria comparar um passado de plantação de uvas com o futuro que se avizinhava de uma cidade industrial e globalizada. Revendo os novos conceitos deste livro, alterei para “Rocinha-Vinhedo, A Transformação da Terra da Uva”, sem esquecer de datar os 70 Anos. Deve ser o nome definitivo.

3) O que o livro traz como legado para a cidade de Vinhedo?

Não entendam como “pretensiosas” estas minhas palavras, mas este livro será um referencial para se conhecer a cidade. Está dividido em 10 capítulos específicos, que tratam desde as características do município até seus dados econômico-financeiros, passando pela política, religião, meio ambiente, lazer e cultura, esporte, comunicação e sociedade. É bastante amplo. Nele recupero fatos ainda não muito bem conhecidos pela população, sobretudo uma minibiografia de todos os prefeitos e fatos de personalidades da cidade como a dona Aurora, dona Leontina, Monsenhor Favorino. Recupero com detalhes todo o processo de emancipação e suas datas principais. Enfim, um trabalho minucioso que será um livro especial para estudantes e quem quiser conhecer a história da cidade. No final, criei um capítulo extra chamado “Acontecimentos daqueles Tempos”, com muitas historinhas engraçadas e fatos importantes ocorridos no município, como a Casa do Soldado na Revolução Constitucionalista de 1932, o fim da Segunda Guerra Mundial em 1945, como foi o dia seguinte a 24 de outubro de 1948. É muita informação. Preciso registrar aqui que, para estes trabalhos estou contando com a colaboração de muita gente competente, e cito aqui o economista Gildo Cantelli, a educadora Ana Stella Paffaro, o jornalista Eduardo Sona, Adriana Viel, Fátima Jesus da Silva, Odilon de Souza, Flávio Von Zuben, Roseli Biancalana, Luís Mayer, entre muitos outros.

4) Como está o planejamento da produção do livro? Qual é a expectativa de lançamento?

Tudo está sendo planejado para que o lançamento ocorra no dia 2 de abril, no Teatro Municipal. Há uma ansiedade muito grande da minha parte, porque estou sugerindo uma cerimônia (que deve ser aprovada pela Comissão que coordena os festejos do próximo ano) com a presença de grandes e reconhecidas personalidades do município, numa espécie de agradecimento e gratidão. Com certeza vai emocionar quem estiver presente.

5) Você tem ideia de quanto tempo já levou para compilar informações, entre entrevistas, bate-papo, produção, etc.?

Reforçando o que já disse: somando tudo dá três anos de trabalho diuturno, a cada dia levantando um fato aqui, outro ali; recolhendo uma foto de família aqui, outra ali; conversas pelas ruas e em qualquer lugar; visitas às casas de muita gente, além das instituições e associações. A produção do livro, entre as provas necessárias e correções ou inclusões, deverá levar pelo menos 60 dias. Repetindo, um trabalho longo, sério e complexo.

6) Há algo que possa adiantar sobre o livro, algum fato inédito que deve ser um ponto de destaque ou surpresa?

Já dei algumas dicas nesta entrevista. Mas prefiro que o público interessado tenha acesso no dia, diretamente com o livro. Não é vaidade, mas vai surpreender as pessoas.

7) O que representa para o Zechin este trabalho?

Quem já conhece meu trabalho como escritor e documentarista sabe do valor que dou aos fatos históricos. Sou, provavelmente, a pessoa que mais escreveu sobre esta cidade, seja em forma de documentos, crônicas ou poesias. Escrevo desde 1994 para o Jornal de Vinhedo, lá se vão 24 anos. Já produzi três documentários (com outros participantes) sobre Rocinha-Vinhedo (Uma Viagem no Tempo); sobre o centenário do clube Rocinhense (O Galo de Rocinha) e sobre o Monsenhor Favorino (O Pastor de Ovelhas Vinhedenses). E foram inúmeras palestras em escolas e instituições e vários outros livros. O mais importante, para mim, é a confiança que têm em mim (sempre que procuro alguém para obter informações) e o respeito pelo que faço. Isso não tem preço! E agradeço muito.