Healthtech, liderada pela geneticista Lygia da Veiga Pereira, quer criar maior banco genético privado do Brasil com foco na diversidade do povo brasileiro
Vinhedo recebeu nesta semana a geneticista Lygia da Veiga Pereira, fundadora e CEO da healthtech gen-t, e a biomédica Bárbara Godoy, head de Operações Clínicas da empresa, para apresentar o "Projeto gen-t do Brasil", que está construindo um banco genético com foco em diversidade para fomentar a medicina de precisão no país, com o objetivo de melhorar a prevenção, o diagnóstico e o tratamento de doenças da população brasileira.
As reuniões tiveram a participação do secretário de Governo e Desenvolvimento Econômico, Jorge Torrezin, secretário de Saúde, Milton Ribolli, vereador Thiago Marra e vereadores da legislatura passada, Flávia Bittar e Rui Macaxeira, que trouxeram a proposta de parceria para o município. “Agradeço os ex-vereadores Flávia Bittar e Rui Macaxeira e ao vereador Thiago Marra por buscar trazer inovações para Vinhedo, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico está de portas abertas a parcerias com startups e empresas de inovação que queiram fazer parceria com o poder público para trazer benefícios e soluções para melhorar a vida da população vinhedense”, destacou Torrezin.
O projeto vem sendo desenvolvido no país por uma startup criada pela geneticista e pesquisadora Lygia da Veiga Pereira, que também é Ph.D e pesquisadora da USP, e desenvolveu a primeira linhagem de células-tronco no Brasil. A nova plataforma de pesquisa, ainda em construção, visa contribuir no desenvolvimento da área da saúde, realizando o amplo estudo genômico da população brasileira em toda sua diversidade e miscigenação. Para isso, alia dados tradicionalmente usados para diagnóstico e tratamento, como doenças pré-existentes, histórico familiar e exames laboratoriais complementares que devem ser repetidos anualmente por cinco anos, ao perfil genético de cada pessoa.
As coletas já foram iniciadas no estado de São Paulo e a expectativa é de chegar a 20 mil participantes até fevereiro de 2023 e a 200 mil em cinco anos. Segundo Milton Ribolli, com o avanço da ciência e da tecnologia, a medicina de precisão pode alcançar novos patamares, salvar vidas e otimizar os cuidados com a saúde.
“O Projeto gen-t do Brasil nasce a partir da ciência de que 80% do que conhecemos sobre genomas humanos vêm de populações brancas da Europa e dos Estados Unidos. A medicina genômica de hoje ainda carece de diversidade. E se tem uma característica com a qual o Brasil pode contribuir é a diversidade”, afirma Lygia da Veiga Pereira, CEO da iniciativa.
A startup foi fundada em setembro de 2021 pela executiva. “Vamos inserir a nossa população em medicina de precisão. A partir dos dados que vamos gerar, podemos desenvolver diagnósticos genéticos de pessoas não europeias, para gente não branca. Além disso, esses dados aceleram o desenvolvimento de novos medicamentos. É um motor de inovação para a indústria farmacêutica e de biotecnologia no Brasil e no mundo”, comenta.
A ampliação para mais localidades do Brasil está sendo estruturada com mais empresas de saúde participantes do projeto. A participação de Vinhedo no projeto está sendo avaliada pelo prefeito Dario Pacheco, que está otimista com a pesquisa. “É um projeto muito importante para todo o país e Vinhedo não pode ficar de fora. A diversidade brasileira merece ser contemplada nos estudos genômicos globais. Com esse banco poderemos desenvolver novos parâmetros mais inclusivos para a medicina, melhorar a saúde pública, impulsionar a predição de doenças, as pesquisas por novos medicamentos e ajudar pacientes em todo o mundo”, completa dr. Dario.
Uma nova reunião será marcada na próxima semana, com a equipe da gen-t, para dar continuidade às tratativas para que o município integre o projeto.
Autor: Ana Cândida Briski